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  • Foto do escritorLanna Guedes

Luto: Suas fases e como superá-lo.


mulher de luto

Ao contrário do que muitos pensam, o luto não está relacionado apenas à morte. Perda de oportunidades, experiências que não voltam mais, grandes mudanças, fins de relacionamentos, mudanças de emprego e outras situações de rompimento podem levar ao luto. Mas, vou falar hoje sobre o luto relacionado a morte. Perder alguém que amamos é um processo muito difícil, e todos nós estamos sujeitos a passar por isso. A seguir, vou listar emoções, reações, questionamentos naturais do luto, seus tipos, fases e dicas de como superá-lo.


Reações emocionais:


Algumas emoções e reações, como raiva, tristeza, culpa, ansiedade, dúvidas em relação ao futuro, se afastar do convívio social, isolamento, deixar de fazer atividades que gostava, são muito comuns em quem está vivendo o luto. A pessoa enlutada passa a se comportar como se nada mais tivesse graça, pois a pessoa que ama não está mais presente.


Questionamentos:


"Quanto tempo vai durar essa tristeza, esse luto?" Não existe um tempo determinado para viver o luto. Cada pessoa reage de um jeito. Isso vai variar de acordo com a experiência de vida de cada pessoa e da sua relação com a pessoa falecida, inclusive sobre como foram os últimos momentos em vida com a pessoa que se foi. O primeiro ano do luto geralmente é o mais difícil e doloroso, pois nele ocorrem os primeiros eventos sem aquela pessoa (aniversários, encontros de família). O que precisamos ficar atentos é sobre como esse luto está sendo vivido por nós e pelas pessoas ao nosso redor.


Luto normal x Luto patológico:


O luto é um processo normal após uma grande perda, e o que o diferencia um luto normal de um luto patológico é a intensidade das emoções e como está sendo a continuidade da vida da pessoa enlutada. O luto patológico envolve alterações psíquicas, psicossomáticas e físicas (sudorese, fraqueza, desânimo, palpitações, ansiedade). Esse tipo de luto tem a ver com perdas repentinas (acidentes, suicídio, infartos).


Evitar viver o luto pode torná-lo mais grave. Por exemplo, trabalhar em excesso para evitar pensar na perda, se lançar em álcool e drogas em excesso, etc. O trabalho deve entrar nesse contexto como uma tarefa que auxilia a pessoa enlutada a continuar a rotina da sua vida, e não ser como uma simples evitação da tomada de consciência da dor.

Fugir da realidade e negar o luto não é a saída, pois somente vivenciando todas fases é que há superação.


Fases do luto:


As fases são:

- Negação: a pessoa enlutada ainda não assimila a realidade e alimenta pensamentos de como voltar a situação anterior à perda);


- Raiva: aqui, há a busca de um culpado e direcionamento da raiva a pessoas envolvidas na perda, como médicos, familiares, pessoas do convívio ou, até mesmo, o próprio indivíduo de luto;


- Barganha: fase em que se busca uma solução para mudar o que aconteceu, há pensamentos sobre o que podia ter sido feito diferente;


- Depressão: aqui, a ficha cai, a dor e tristeza ficam mais fortes, pois já não há mais solução. É comum haver sensações de cansaço, desinteresse, desconexão e solidão;


- Aceitação: fase em que finalmente há aceitação e compreensão do acontecimento e de que é necessário seguir em frente apesar da ausência do ente querido. A partir daqui, é possível enxergar novas perspectivas para a vida.


Como superar o luto?


- É preciso se permitir sentir raiva, dor, tristeza, mágoa e falta da pessoa que se foi, pois para poder lidar, é necessário passar por todos os sentimentos e fases naturais desse momento. A aceitação não significa esquecer a pessoa amada, pois ela será sempre lembrada, mas significa que apesar dela fazer muita falta, a vida precisa continuar, não como se nada tivesse acontecido, mas apesar do que aconteceu, lembrando também que essa pessoa provavelmente gostaria que você seguisse em frente;


- Precisamos entender e aceitar nossa impotência frente à morte, pois por mais que se tenha feito tudo que podia pela pessoa que partiu, não temos controle da vida e nem da morte dela. Somos impotentes nesse aspecto e não controlamos tudo. Muitas pessoas se questionam ou até se culpam, dizendo que talvez poderiam ter feito mais, ou que se tivessem feito isso ou aquilo, a pessoa ainda estaria viva, mas a verdade é que nada pode garantir que isso de fato aconteceria;


- Outro passo importante é não evitar as lembranças. Algumas pessoas acham que falar sobre o que a pessoa gostava, fazia ou sobre o jeito dela, trará ainda mais sentimentos ruins, mas isso não é verdade. É necessário falar sobre ela, seus gostos, manias, relembrar momentos bons com ela, suas qualidades, rir dos defeitos que ela tinha, pois tudo isso é importante para ressignificar esse momento;


- Fazer um diário dos pensamentos e cartas para a pessoa que se foi, também pode ajudar na superação da perda. Se você não se sente à vontade ou ainda é muito difícil falar sobre essa pessoa com alguém, escreva, faça uma carta para ela contando tudo o que você tem sentido, sua raiva e tristeza por ela ter partido, a saudade que sente.


Superar o luto não é esquecer a pessoa amada, mas continuar sua vida lembrando de como ela foi importante para você, pois as lembranças e a ausência vão continuar, mas nada e ninguém vai substituir essa pessoa em sua vida. Se você não está conseguindo viver esse momento de dor sozinho e está muito difícil de suportar, procure apoio na sua família, amigos e não hesite em procurar um psicólogo, pois você não precisa passar por isso sozinho. Conte comigo!




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